Pandemia intensifica desigualdades na Academia

04/21/2022 | Comunicados

Colega,

A pandemia de Covid 19 afetou-nos a todos, professores e investigadores, e forçou a alterações significativas no ensino superior e no sistema científico. Adaptámos metodologias de trabalho e reinventámos estratégias de ensino, de forma a assegurar a qualidade dos trabalhos científicos e os compromissos com os alunos. Exemplo de um dos grandes desafios deste período foi, sem dúvida, a transição abrupta para o ensino remoto de emergência.

Estas mudanças no sistema científico e de ensino superior e as nossas estratégias de adaptação ao trabalho em tempos de pandemia, foram alvo de um estudo realizado por colegas do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, intitulado a “Pandemia e Academia em casa – que efeitos no ensino, investigação e carreira?”, que convidamos a conhecer.

De acordo com este trabalho, cerca de 80% dos 1.750 investigadores e professores inquiridos não tinha tido experiências prévias de ensino por meios virtuais, tendo abruptamente passado a lecionar de forma remota, sem qualquer preparação pedagógica ou mesmo técnico-científica.

Esta realidade foi descurada pelas instituições de ensino superior e investigação, com respostas insuficientes/limitadas. O desempenho de atividades profissionais dos docentes e investigadores dependeu dos respetivos recursos pessoais e familiares. As instituições assumiram que a criação de condições de trabalho em regime remoto era um problema sobretudo individual, dando pouca atenção às dificuldades que tínhamos para realizar o trabalho a partir de casa.

O estudo concluiu que a pandemia contribuiu para intensificar as desigualdades estruturais na Academia, sobretudo entre homens e mulheres e profissionais com crianças e jovens em idade escolar. Apontou, ainda, para uma maior severidade da pandemia na produtividade científica das mulheres, especialmente as que têm crianças pequenas.

Saudações Académicas e Sindicais,
A Direção do SNESup

21 de abril de 2022

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