Colega,
Hoje é Dia Nacional da Cultura Científica. Celebramos a ciência e o respetivo contributo para o desenvolvimento social e económico das nações e celebramos quem coloca o seu conhecimento ao serviço de todos e todas – os investigadores científicos.
A ciência e a expansão do conhecimento são, muitas vezes, apontadas como bandeiras políticas. Portugal tem mesmo um objetivo bem definido de que o investimento público em investigação e desenvolvimento (I&D) represente 3% do Produto Interno Bruto, mas é uma meta que tarda a realizar-se.
Importa relembrar que sem investimento não se produz ciência e sem uma real aposta nos profissionais que produzem ciência, tenderemos a tornar as atividades científicas pouco atrativas para captar novos investigadores e estudar áreas de conhecimento diversificadas. Nos últimos anos assistimos ao crescimento exponencial da precariedade entre investigadores. Estimamos que cerca de 75% trabalha com contratos precários ou a recibo verde, sem qualquer vínculo ou segurança laboral. Uma realidade que se reflete, por exemplo, nos concursos públicos do ano passado, em que apenas foram abertas 24 vagas para posições de carreira na investigação e 616 para contratos a prazo.
O SNESup tem vindo a alertar para a importância de reverter o subfinanciamento na ciência. Em diversas iniciativas políticas apresentamos propostas que visam a estabilização contratual dos investigadores e a promoção do conhecimento e da ciência. Sugerimos, por exemplo, a obrigatoriedade de abertura de procedimentos concursais em instituições públicas e privadas, cujas atividades científicas sejam financiadas por fundos públicos.
Acreditamos que sem precariedade e instabilidade a ciência pode viver melhor e renovar-se com o interesse e o espírito curioso e inovador das gerações vindouras.
Saudações Académicas e Sindicais,
A Direção do SNESup
24 de novembro 2022