Colegas,
As notícias recentes deram conta que o ministro das finanças “rejeitou a necessidade de novo aumento de salários em 2023, insistindo que a política salarial do governo consegue assegurar o poder de compra sem alimentar as tensões inflacionistas”.
Esta afirmação surpreendente assume contornos particularmente preocupantes para os investigadores e professores de ensino superior. Recordamos que estas são das classes profissionais que mais perdem poder de compra em Portugal, segundo um estudo do economista Eugénio Rosa, que partilhámos no mês passado. Para tal, muito contribui a precariedade contratual que tem crescido no setor e também a escassez de progressões nas carreiras, seja em resultado da avaliação de desempenho seja através de procedimentos concursais para mudança de categoria profissional.
As tabelas remuneratórias atualizadas para 2023 que disponibilizamos no nosso site mostram-nos que, infelizmente, o cenário irá manter-se, com acentuada perda de poder de compra. Os aumentos considerados para 2023 são de um valor fixo de 52,11€ para vencimentos até 2.612,00€. A partir de 2.612,00€ o aumento é de 2%.
Num cenário de desvalorização contínua destas carreiras e dos nossos salários, temos insistido junto do MCTES e da Assembleia da República sobre a urgência de serem revistas as tabelas remuneratórias das carreiras. É preciso intensificar a luta pela melhoria das condições de trabalho e dos níveis salariais. Contamos com todos!
Saudações Académicas e Sindicais,
A Direção do SNESup
20 de janeiro de 2023