Hoje, dia 21 de janeiro, pelas 14:30, vai realizar-se a Conferência Parlamentar “Valorização da carreira docente do ensino superior”, organizada pela Comissão de Educação e Ciência, com o objetivo de promover uma reflexão sobre esta carreira. O Sindicato Nacional do Ensino Superior foi uma das entidades convidadas a participar e será representado por José Moreira, presidente da direção, como orador.
A perda real de salário que a esmagadora maioria de nós, docentes do ensino superior e investigadores, tem vivido ao longo dos anos, agravou-se nos últimos meses devido ao contexto de inflação crescente, que neste momento ultrapassa os 8%.
Esta situação torna-se particularmente prejudicial, uma vez que grande parte dos docentes do ensino superior e investigadores continua sem auferir de alterações de posicionamento remuneratório por efeito da avaliação de desempenho (devido ao sistema aplicado), nem de progressão de categoria (restringida a concursos que são em número muito reduzido).
Vamos ter oportunidade de discutir questões referentes às progressões nas carreiras e a outros assuntos que os colegas entendam destacar. Nos últimos anos, a elevada exigência no trabalho de docentes e investigadores não tem sido devidamente reconhecida quer no plano da progressão nas carreiras, quer no que respeita a combater a precariedade contratual e rejuvenescer estes grupos profissionais. E os desafios ainda se acentuaram mais nestes últimos dois anos de crise pandémica.
Caso a proposta do OE 2022 venha a ser aprovada no Parlamento tal como está, todos os problemas que decorrem do subfinanciamento no Ensino Superior e Ciência não serão resolvidos. Por isso, o SNESup já pediu uma reunião a todos os partidos políticos com assento parlamentar para discutir as verbas e as medidas previstas na proposta do Governo, tendo em vista a possível alteração do documento com base nas nossas propostas que serão apresentadas a cada um dos partidos. Depois de analisar a proposta do OE 2022 verificamos que o aumento previsto na dotação das verbas, face ao ano passado, é de 135 milhões de euros e não de 547 milhões de euros (21,2%), como anuncia o Governo.
A ação judicial coletiva, intentada pelo SNESup contra as universidades públicas portuguesas, para efeitos de reconhecimento do direito à isenção de propinas pelos associados do sindicato, foi julgada procedente e reconhecida a pretensão dos colegas abrangidos por esta situação. Este direito existe sempre que os docentes se encontrem estatutariamente na obrigação de obter o grau de mestre ou doutor para efeitos de transição ou progressão nas respetivas carreiras.
De acordo com a análise dos advogados do SNESup, todas as atividades prestadas a partir das 20 horas devem ser consideradas como serviço noturno, tal como previsto nos Estatutos de Carreira. Importa, por isso, exigir esse reconhecimento, que procuraremos que seja clarificado no próximo Orçamento do Estado, retirando-se a norma que vem sendo incluída nos últimos anos e que estabelece que apenas se considera serviço noturno o que é prestado a partir das 22 horas.